28 de março de 2008

Bem-te-vi

Uma mulher empurra a porta do quarto gentilmente e entra e observa. Acaba de amanhecer, nota-se no verde dos sons do lado de fora. No berço, o menino está sentado, com o dedo apontado para cima. Os dois se olham. As cortinas já tinham sido abertas. A luminosidade que entra pela janela dá conta do quarto todo. Há um clima de paixão no ar. Pelo existir. Pelo dia que começa. Peperri, ele diz. Levanta as sobrancelhas e comprime a boca num ar de extremo interesse e olha pela janela. A mulher sorri uma mistura deliciada-satisfeita. Pulsa e se desmancha. Ele retribui o sorriso. Escuta de novo. Se espanta, sorri e repete: peperri, peperri.

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