17 de abril de 2008

Veneza

Seria nossa primeira grande viagem juntos desde que começamos a namorar. E deveria ser a mais empolgante de nossas vidas. Digo deveria não porque não tenha sido, mas porque os sentimentos que circundaram os passeios, durante aqueles dias, modificaram um pouco a idéia principal da viagem.

Era algo que tínhamos em comum. O destino preferido. Nas conversas do tempo do colégio, muitos ficavam comparando as vantagens de cada lugar. Roma, Berlin, Paris, Londres, seus pontos turísticos, o clima, o idioma, as pessoas. Eu nunca pensei duas vezes. Veneza era minha paixão.

Quando finalmente aconteceu, um efeito não foi previsto. Enquanto você admirava arquitetura da cidade, eu preferia o brilho de uns olhos vislumbrados e exuberantes de felicidade. Enquanto você atentava para os adornos e a decoração da Catedral de São Marcos, que eu tanto havia especulado, eu estudava suas feições satisfeitas ao olhar cada detalhe. Enquanto estávamos sobre a Ponte de Rialto e você olhava o horizonte, eu só podia olhar para o lado e sentir um imenso prazer em ver seu contentamento. A cidade e os passeios ficaram em segundo plano.

Posso afirmar convicto que fiquei realizado com a viagem dos meus sonhos. Mas para mim o espetáculo foi outro.

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